quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Sim à popularização, não à setorização!


Apesar de a atual diretoria ter começado a gestão dizendo que “não existe esse negócio de popular, o Vitória tem que parar com isso”, fomos surpreendidos durante a semana com a proposta de setorização do Barradão, justificada pela disponibilização de ingressos de baixo custo.

Uma boa notícia?

Sim e não. Sim, pois defendemos um clube de ingressos populares, assim Paulo Carneiro foi, mais uma vez, derrotado em seu projeto de elitizar o Vitória; não, pois somos contra a setorização do Barradão, o maior patrimônio (material e imaterial) do clube.

Setorizar é elitizar

Além de reservar os lugares com melhor visibilidade para torcedores com maior poder aquisitivo, o projeto de setorização também reforça o abismo entre mais ricos e mais pobres. Porém todos nós devemos ter os mesmos direitos!

O estádio de futebol é um dos poucos lugares em que o direito de circular livremente pelos espaços é igualmente garantido a todos, unidos pelo seu amor a um clube. Setorizar significa, literalmente, colocar o pobre “no seu devido lugar”, discurso repetido e enfatizado pelas elites em diversos espaços e momentos da sociedade.

Setorizar não garante o aumento das receitas do clube

O aumento da receita com a setorização é o argumento defendido por muitos torcedores. Entretanto, ele não leva em consideração o tipo de equipamento e a composição social da torcida, o que torna perigosa a importação de modelos relativamente bem-sucedidos, no quesito financeiro, aplicados em outros clubes. O tiro pode sair pela culatra!

Já parou para pensar que talvez a torcida do Vitória não compre a ideia, pois não pode pagar mais do que já paga ou não tenha interesse em pagar mais pelo produto hoje oferecido?! E não nos referimos ao Barradão, que precisa mesmo de reformas, mas ao time e o seu futebol de péssima qualidade. Afinal, não é isso que está acontecendo com a fatídica escolha de migrarmos para a Fonte Nova?!

É preciso ser inteligente

Se, por um lado, investir nos planos de sócios tem se mostrado um caminho sem volta, por outro, é possível garantir a presença de todos os torcedores juntos. É possível oferecer planos mais caros a quem puder pagar, dando em troca benefícios que não interfiram no direito irrestrito de torcer e circular pelo estádio, a exemplo de brindes, descontos em produtos e ações focadas neste público de maior renda. Definitivamente, não há necessidade de dividir os torcedores em espaços distintos.

O Barradão é o nosso diferencial

O Barradão é um estádio que resguarda o seu caráter democrático, onde torcedores de várias classes sociais podem se encontrar e fazer juntos a festa. Essa é a nossa identidade, esse é o nosso diferencial. Abrir mão disso é descaracterizar a nossa bela cultura torcedora.

Está na hora da diretoria do clube entender isso e usar desse potencial para tirar o Vitória da crise. Por isso, defendemos um estádio sem setorização, onde todas as classes possam se encontrar para apoiar o time.

Brigada Marighella

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Respeitem a torcida do Vitória!


Em nome de um contrato com cláusula de confidencialidade, a Arena Fonte Nova vem maltratando a torcida do Vitória com a conivência da atual diretoria do clube. Parece que somos indesejados naquele local, pois desde a sua reinauguração é assim que somos recebidos, apesar dos bilhões de reais de TODOS os baianos que serão ali investidos.

Para piorar, o sócio-torcedor mais fiel, exatamente aquele que jamais abandonou o time, foi empurrado para o pior lugar da Arena e, agora, é obrigado a assistir aos jogos em um setor superlotado enquanto o resto do estádio permanece vazio. Um absurdo! Sequer sabemos a quem cobrar, pois não há transparência.

Pessoas com dificuldade de locomoção, crianças e idosos se apertaram ontem (24/09) no setor superior leste da Arena Fonte Nova, subiram infinitos degraus, pagaram caro na cerveja, se espremeram na fila de entrada e nas escadas de saída. Tudo isso em nome da modernidade, do conforto e da segurança em oposição ao nosso Barradão, supostamente defasado.

Além disso, as torcidas organizadas estão na prática impedidas de fazer a festa, pois nunca sabemos de antemão onde ficaremos no estádio, tirando toda possibilidade de nos apropriamos do novo equipamento. Não pertencemos àquele lugar e querem que continuemos assim: sentindo-nos meros visitantes, apesar do alto preço do ingresso.

Apertados, apartados, sem instrumentos, sem bandeiras, sem lugar pré-definido e muito longe do gramado, ainda assim empurramos o time com a esperança de, aos gritos, espantar a má fase, o péssimo futebol praticado e todo o desrespeito que é direcionado à torcida do Vitória.

Em resumo, estamos sendo diariamente atacados pela atual diretoria e enfrentamos o descaso da Arena. Porém, não dá mais! O E.C. Vitória nos pertence! A Fonte Nova nos pertence! E vocês vão ter de respeitar a torcida daqui para frente. Por isso convidamos todos os rubro-negros e rubro-negras a se rebelar contra esses absurdos. Junte-se à Brigada Marighella e aos demais coletivos de torcedores organizados e vamos mostrar a eles o que significa "virar o jogo".

Brigada Marighella

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Parabéns, Olodum!


Para além dos 120 anos do Esporte Clube Vitória, 2019 é o marco de 40 anos de uma das entidades mais importantes da história do povo negro, e consequentemente da construção da identidade negra na Bahia, o Bloco Afro Olodum.

Criado em 1979, com intuito de proporcionar um carnaval mais organizado e divertido para os moradores do Maciel-Pelourinho, tornou-se muito mais que isso, tanto para o Pelourinho, quanto pra toda história da Bahia. Isso fez com que chamar de Bloco Olodum se tornasse uma maneira muito reducionista, já que além de bloco que arrasta anualmente uma multidão alegre cantando a auto-afirmação negra e ideais de libertação panafricanistas. O Olodum é um projeto socio-cultural, que atua, sobretudo, a partir da Escola do Olodum, e de uma banda, que historicamente revelou inúmeros cantores e canções pra musica baiana e mundial.

Nós da Brigada Marighella desejamos ao Olodum muitos e muitos anos de resistência, que as cortinas dos palcos da vida possam continuar abrindo para o Olodum balançar a negrada, educar crianças e jovens, formar músicos, revelar compositores e cantar Samora Machel, Che Guevara, Ujaama, Egito toda história de Africa e suas lutas de libertação.

Brigada Marighella

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Setembro Amarelo


No dia 17/09, no auditório do Sindicato dos Bancários, ocorreu a palestra de prevenção ao suicídio, promovido pelo coletivo feminino do Vitória (Leoas da Barra, Comando Feminino da TUI, Elas na Bancada, Loucas pelo ECV e a Brigada Marighella, através do núcleo Brigada Dandara).

Os diálogos foram desenvolvidos diante das exposições das psicólogas Raquel Fernandes e Tamires Sales e ficou claro que falar de suicídio, conhecer as causas que o antecedem e as formas de preveni-lo, é um caminho de olhar com cuidado para uma saúde mental fragilizada.

A campanha "Setembro Amarelo" acontece todo mês de setembro e foi proposta pelo Centro de Valorização da Vida - CVC. Serve de alerta para a sociedade como um todo.

No caso deste debate promovido por um coletivo de torcedoras, foi comprovado que, para além da arquibancada, há uma compreensão que as diversas expressões da questão social interferem no conjunto de pessoas que sentam nas arquibancadas para ver os jogos. Ou seja, partir de uma luta de popularização do futebol é entender que a acessibilidade aos jogos está conectada, também, a um bom estado de saúde mental.

Uma pessoa assídua aos jogos que "do nada" deixa de frequentá-los por causa de uma crise de pânico ou ansiedade, ao assistir uma palestra dessa percebe que sua paixão pelo seu time condiz com suas lutas internas nos estágios de vulnerabilidade.

Saiba que não é falta de fé ou força e que você não está só!

Procure a rede de proteção mais próxima de sua casa, procure um posto de saúde, saiba que há atendimentos gratuitos em faculdades de psicologia e que você pode ligar para o CVC para pedir ajuda através do número 188.

Brigada Dandara

domingo, 8 de setembro de 2019

Em defesa do futebol feminino!


Atuando na contramão do cenário nacional e mundial de fortalecimento e valorização do futebol feminino, o Esporte Clube Vitória anunciou que o nosso time da categoria não disputará o próximo campeonato baiano, desistindo assim de buscar o bicampeonato.

Não é surpresa nem novidade que a atual gestão do Vitória é machista, não tem priorizado o futebol feminino e desde o início tem atacado o nosso time com declarações e políticas de desvalorização. Em uma das suas falas, o atual presidente chegou a dizer que vai “encontrar uma solução para o futebol feminino porque é obrigado por lei”, deixando claro que não existe projeto para a categoria.

Apesar disso, o time feminino do Vitória teve o melhor desempenho de um clube nordestino no Campeonato Brasileiro A1 (a elite da categoria), conseguindo a nona colocação e garantindo assim a sua manutenção na primeira divisão do futebol brasileiro em 2020. O sub-18, apesar de ter saído na segunda fase, conseguiu se manter na série A2.

A postura da direção do Vitória reflete mais uma vez o descaso com o futebol feminino. Além de não participar do campeonato do baiano, dispensou e desprofissionalizou as atletas. Com o discurso de falta de recurso, desmonta um cenário promissor do clube, além de relegar às mulheres um espaço que não nos cabe. Vale lembrar que manter o time feminino inteiro é mais barato que alguns dos salários do time masculino.

O que a diretoria e a torcida do Vitória precisam entender: o futebol feminino tem crescido no país e no mundo e gerado uma receita positiva para os clubes, tanto financeiramente quanto de crescimento e empolgação da torcida e valorização das mulheres no esporte.

Faz 40 anos que o futebol feminino deixou de ser proibido por lei e clubes brasileiros de grande expressão (a exemplo do Internacional, Ceará, Grêmio, Santos etc.) têm investido cada vez mais na modalidade. O artigo 23 do estatuto da CBF determina que clubes e federações tomem medidas contra a discriminação e a desigualdade de gênero, sendo obrigados a manter times de futebol feminino. Sete clubes da Série A do Brasileirão masculino já possuem departamentos de futebol feminino, seis clubes têm projetos em estruturação e dois iniciaram o planejamento.

Houve a ampliação do Brasileirão feminino por determinação da FIFA, da CBF e das equipes com investimento na categoria nos campeonatos nacionais, ampliando o alcance e visibilidade dos clubes que disputaram a Série A1. Outro avanço importante do futebol feminino é a garantia de transmissão ao vivo na TV aberta de todos os jogos da seleção nacional da categoria.

A presença da modalidade em clubes de expressão no país é um marco para o desenvolvimento do futebol feminino. Por isso repudiamos veementemente a postura da atual diretoria, que de maneira machista tenta desmontar todo o trabalho histórico dedicado ao fortalecimento do futebol feminino e da profissionalização dessas atletas.

Brigada Dandara

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Contra a censura e em defesa da democracia!


A Brigada Marighella vem a público repudiar veementemente a censura imposta a determinados veículos da imprensa local, impedidos de entrar no Estádio Manoel Barradas, e solicita a imediata revisão da medida. Entendemos que, sem uma imprensa livre, não é possível existir uma democracia saudável, pois a liberdade de expressão e o acesso à informação são direitos fundamentais.

Também registramos a nossa preocupação com a forma amadora e egocêntrica que vem sendo gerida a comunicação do EC Vitória. Além de representar a identidade do clube, a gestão da comunicação é uma parte fundamental do processo de reaproximação da torcida nesse momento tão difícil. Todos os erros cometidos nesse aspecto nos deixam profundamente envergonhados, assim como as inúmeras derrotas em campo. Solicitamos, então, que o presidente do clube respeite o protagonismo dos canais oficiais do clube daqui para frente.

Apesar disso, não podemos deixar de fazer uma crítica, de forma igualmente rigorosa, aos veículos sensacionalistas de comunicação. Como se já não bastasse a má vontade de parte da imprensa local para com o EC Vitória, agora um “jornalismo-caveira” do “quanto pior, melhor” não deixa a paz chegar ao Barradão. Mente, manipula, tumultua. Esse tipo de jornalismo, ao invés de defender a democracia, acaba por prejudicá-la. Censura, jamais. Boicote, sim!

Quanto ao centro da polêmica atual, a possível migração do EC Vitória para a Arena Fonte Nova, é preciso cobrar dos gestores do consórcio, do Governo do Estado e dos órgãos de controle um tratamento igualitário e transparente para com todos os interessados que desejem utilizar do equipamento. O EC Vitória é uma instituição centenária e é um patrimônio do nosso estado, merece respeito! Além do mais, a Arena Fonte Nova, apesar da gestão temporariamente privada, é de propriedade de todos os baianos e o EC Vitória tem a sua história intimamente ligada àquele equipamento. A Fonte Nova é tão nossa quanto de qualquer outro! Que se encerrem as disputas político-partidárias disfarçadas e que sejam respeitados os princípios constitucionais e os da Administração Pública, imediatamente.

Por último, reafirmamos a defesa ao nosso maior patrimônio: o Estádio Manoel Barradas. Infelizmente, a crise financeira e institucional pela qual passa o nosso clube deixa a torcida entre a cruz e a espada. Entretanto, mesmo mudando o mando de campo, não podemos abandonar a nossa casa, o Barradão, muito menos rejeitar o caráter popular da nossa torcida. Independentemente de onde jogarmos, seremos contra a re-elitização do EC Vitória.

Brigada Marighella

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Apesar de você, o Vitória é um time popular!



Infelizmente, já não nos causa espanto as declarações do atual presidente do Esporte Clube Vitória, o Sr. Paulo Carneiro. Pouco mais de um mês após eleito, já podemos afirmar que a sua gestão terá um caráter elitista, autoritário, excludente e, além de tudo, será também amadora.

Atuando na contramão dos demais clubes do país, em especial dos grandes nordestinos – que buscam abrir suas portas para todos os torcedores, abraçando as camadas populares e a diversidade, fazendo dos estádios um lugar de festa e de encontro – Paulo Carneiro majora o preço dos ingressos, destrói os canais de comunicação do clube, promove festa exclusiva para a falida aristocracia soteropolitana e, agora, se recusa a vender as camisas oficiais do Vitória por um preço popular.

No lançamento do novo uniforme, momento que sempre foi de confraternização, o presidente aproveitou para atacar os torcedores que defendem um Vitória popular e democrático, e disparou: “não existe essa história de preço popular. Precisamos de dinheiro. Quem sempre foi time popular não é o Vitória, vocês sabem muito bem que é”. Lamentamos profundamente esta declaração, pois é mentirosa e não representa o pensamento de toda nossa torcida.

Não sabemos com base em qual pesquisa o atual presidente do Vitória afirma essas barbaridades. Todas as suas decisões parecem ser tomadas com base em preconceitos ou conceitos ultrapassados. As únicas pesquisas às quais temos acesso afirmam exatamente o oposto: os aproximadamente 3 milhões de torcedores do Vitória são das camadas populares de Salvador e do estado, formando uma torcida majoritariamente feminina, jovem e periférica. A força popular do Vitória, que se expressa nas arquibancadas, vem da estreita relação construída entre o clube e as comunidades do entorno do Barradão. É essa a cara (e a renda) da torcida rubro-negra, quer ele e o grupo dele gostem ou não.


Nossa maior preocupação, entretanto, não é se a camisa custará $220 ou $100 reais, mas com o conjunto da obra. As medidas e declarações de Paulo Carneiro afastarão os torcedores ainda mais do Barradão, atrairão menos recursos para os cofres do clube e deixarão uma mancha na nossa história, exatamente quando deveríamos estar fazendo o oposto.

Agora é o momento de recuperar o clube e a autoestima da torcida após desastrosas gestões, mas isso não pode ser feito através de áudios de Whatsapp ou de chantagens, mas com planejamento, profissionalismo, respeito e democracia. Só assim voltaremos a fazer do Barradão um caldeirão capaz de empurrar times limitados rumo às conquistas.

Brigada Marighella

terça-feira, 23 de abril de 2019

LOBO em pele de CARNEIRO

As eleições no Vitória estão marcadas por entrevistas e discursos acalorados, fakenews, ofensas pessoais e institucionais, além de muitas promessas vãs e quase nenhum debate de ideias.

Pouco se fala sobre as propostas das chapas, especialmente daquelas que pleiteiam o Conselho Diretor (presidência do clube). É uma síntese da política nacional: o velho se traveste de novo, aparece como salvação, única opção, e cria inimigos fictícios para inflar o apoio dos seus seguidores no famoso “toma lá, dá cá”.

É preocupante a falta de propostas para fortalecer a nossa tão recente democracia. Da mesma forma, são assustadores os ataques que a democracia rubro-negra vem sofrendo dos seus famosos oligarcas, os quais se juntaram em torno de um projeto (qual mesmo?) para vencer essas eleições.

Estes senhores se acham donos do Vitória e se incomodam com a perda de poder que a abertura democrática do clube lhes proporciona. O poder na mão do povo, na mão da torcida e dos sócios do clube, é uma afronta pra quem já se acostumou a querer domar, controlar e enjaular nosso Leão.

O ex presidente Paulo Carneiro, e atual candidato de umas das chapas, é o maior representante desta oligarquia. Destratou inúmeras vezes o torcedor, o rebaixou, e ainda perseguia quem fazia oposição, tanto na torcida como na imprensa. Caso ganhe a eleição, alguém duvida que repetirá seu modo de gerir o clube baseado no “manda quem pode, obedece quem tem juízo” e “quem não quiser, que procure outro canto”? Aquela conhecida política do Barradão como quintal de casa, não é mesmo?

Entendemos que as duas últimas gestões foram desastrosas. A torcida está descrente com o clube, preocupada com o futuro e desesperada para superar essa situação. Esse é o nosso atual sentimento, mas não podemos deixar que isso possa levar muitos a uma escolha contrária aos próprios princípios.

Temos convicção que a torcida do Vitória não quer uma pessoa que parece ter torcido para o fracasso do clube para assumir o poder, que já foi acusada de racismo, que anda com o autoritarismo debaixo do braço, foi dirigente do rival, que é acusado de falsificar documentos e enriquecer indevidamente às custas do clube, que se vangloria de comprar árbitros e oferecer malas de dinheiro à jogadores, que minimiza a importância do futebol feminino e da mulher no esporte, dentre outras coisas.

Demonstramos nossa preocupação especialmente com o possível regresso da desastrosa aventura do Vitória S/A, que nos levou à Série C, com a venda de inúmeros jogadores para atender aos interesses de "investidores", com dívidas que ainda hoje pagamos, e que deixou o clube na mão de um grupo denunciado posteriormente por envolvimento em fraudes no mercado financeiro.

Esse modelo, inclusive, só agravou o endividamento dos clubes de países como Chile, Espanha, Portugal e Itália, sem apresentar crescimento real dos clubes locais no patamar internacional. Não dá pra confiar que dará certo no Vitória. Por qual motivo nenhum outro grande clube do Brasil entrou nesta onda? Será que seus dirigentes são “burros” ou “atrasados”?

Vale lembrar ainda que desde que foi expulso do Vitória, Paulo Carneiro não realizou nenhum trabalho de grande destaque. No Atlético Paranaense em 2016, por exemplo, teve sua saída festejada pela torcida. Por que acreditar que, no Vitória, não repetirá seus últimos fracassos?

O Vitória é maior do que qualquer crise e muito maior do qualquer dirigente! O Vitória é de seus torcedores e torcedoras! O Vitória é de seus leões e suas leoas, não dos carneirinhos!

Brigada Marighella

sábado, 30 de março de 2019

GOL CONTRA: DITADURA MILITAR IMPÔS DERROTA AO BRASIL


Os coletivos e torcidas antifascistas vêm a público manifestar total repúdio ao incentivo irresponsável do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que as Forças Armadas comemorem o golpe contra a democracia ocorrido em 31 de Março de 1964, no qual foi deposto o legítimo presidente João Goulart.

Hoje, em tempos de pós-verdade, a direita nacional procura difundir uma ficção em torno do período da Ditadura Militar, entre 1964 e 1985.

Afirmam que “salvaram o Brasil do comunismo”, que “só bandidos foram presos”, que a “corrupção foi extinta” e que “houve grande crescimento econômico”.

Na verdade, trata-se de uma coleção de mentiras e falsidades. O governo Goulart não era comunista e apenas propunha tímidas reformas de interesse popular.

Nestes 21 anos de terror de Estado, operários, camponeses, índios, estudantes, professores, advogados, jornalistas, religiosos, entre outros cidadãos corretos e dignos, foram presos e torturados apenas por divergir do regime autoritário.

No total, segundo farta documentação da Comissão da Verdade, 6.591 militares foram presos, torturados ou mortos durante esse período.

Muitas mulheres sofreram durante a repressão, liderada por delinquentes sádicos como Sérgio Paranhos Fleury e Brilhante Ustra, este último ídolo do fascista Jair Bolsonaro.

A cultura do estupro punitivo vigorou em boa parte dos “anos de chumbo”. Muitas dessas companheiras foram torturadas e depois assassinadas.

Hoje, historiadores e jornalistas mostram que também bebês, crianças e adolescentes sofreram nas mãos cruéis dos repressores.

O regime militar foi, sobretudo, corrupto. Os escândalos eram, no entanto, abafados por meio da censura à imprensa. Desviava-se dinheiro em obras faraônicas, como a rodovia Transamazônica.

Os casos Capemi, Lutfalla, Coroa-Brastel, entre outros, mostram que a corrupção era uma marca do regime.

O chamado “Milagre Econômico” foi fugaz e gerou benefício duradouro a poucos privilegiados. Na Ditadura Militar, marcado pelo êxodo rural, o Brasil assistiu à multiplicação de favelas e ao inchaço daquelas já existentes.

Os golpistas de 1964 geraram concentração de renda, atraso tecnológico e uma inflação galopante, que empobreceu os brasileiros.

O esporte serviu para manipular a opinião pública, fenômeno ufanista que ficou claro durante a Copa de 1970, quando o presidente Médici aproveitou a conquista da Seleção Brasileira para calar opositores e reprimir os movimentos pela democracia.

Naquela época, até mesmo a escalação da Seleção Brasileira sofria com as ingerências do governo fardado.

O esporte, como instrumento educativo e de socialização, sofreu tremendamente com o regime infame instituído em 31 de Março. Muitos atletas foram torturados e assassinados, como Helenira Rezende e Carlos Alberto Soares Freitas, do basquete, e os remadores José Huberto Bronca e Eremias Delizoicov. E também caiu na luta o boxeador Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão.

Foram muitos os perseguidos no futebol, como o técnico e jornalista João Saldanha.

Muitos jogadores também sofreram com a repressão, alguns presos, outros sabotados, como Nando, irmão de Zico; Sócrates, Afonsinho, Reinaldo, Tostão e Wladimir.

Foi também durante a Ditadura Militar que se iniciou o processo de criminalização das torcidas de futebol, consideradas como possíveis células subversivas. Naqueles anos, centenas de torcedores foram presos e muitos sofreram com a tortura em delegacias e centros de interrogatórios.

É preciso, portanto, que os brasileiros acordem e resgatem a verdadeira história da Ditadura Militar e se conscientizem dos perigos representados pelo fascismo, um inimigo do esporte das multidões.

No Brasil, o 31 de Março iniciou um 7 a 1 contra a democracia e a civilidade. Que seja lembrado como o início de um período de ignorância e barbárie.

Que possamos recuperar a verdade, instaurar uma cultura de paz e anular este “gol contra” que o fascista Bolsonaro marcou contra todos os brasileiros.


Assinam este manifesto:

ABC F. C. Antifascistas
AnarcomuAmerica
Avaí Antifascista
Azulão Antifascista
Bafomunistas (Comercial-SP Antifascista)
Bancada Alviceleste
Belo Antifa
Botafogo Antifascista
Brigada Marighella
CAP antifa
Coletivo Democracia Corinthiana
Coletivo Democracia SantaCruzense
Coletivo Elis Vive
Coletivo Popular Alvinegro
Coral Antifa
Coringão Antifa
Coritiba Antifascista
Esquerda Rubro-Negra
Esquerda Vascaína
Flamengo Antifascista
Flamengo da Gente
Fluminense Antifascista
Frente Esquadrão Popular
Frente Inter Antifascista
Gipão Antifascista
Goytacaz Antifascista
Meca Antifa
MFLP - 54
Movimento Esmeraldino Antifascista
Movimento Grêmio Antifascista
Movimento Popular Coral
Movimento Remo Antifascista
Movimento Toda Poderosa Corinthiana
Palmeiras Antifascista
Porcominas
Porcomunas
Portuguesa Antifascista
Resistência Azul Popular
Resistência Tricolor Antifascista
Resistência Tricolor - Fortaleza
Timbu antifa
Torcedores e Torcedoras pela Democracia
Torcida Antifascista Sport
Treze Antifascista
Tribuna 77
Tricolores de Esquerda
Ultras Resistência Coral
Vasco Antifascista
Vozão Antifascista
Xavantes Antifascistas

sexta-feira, 22 de março de 2019

Posição da Brigada Marighella em relação às eleições no EC Vitória



A Brigada Marighella informa que não apoiará nenhuma das chapas que disputarão as próximas eleições no Vitória. Mesmo entendendo que há diferenças profundas entre elas, reservamo-nos a outro papel: o de promover uma cultura de liberdade e tolerância nas arquibancadas do Barradão, combatendo todas as formas de fascismo, além de apoiar as mais diversas lutas sociais.

Com isso, colocamo-nos também enquanto defensores intransigentes da democratização e da popularização do Vitória,  entendendo que essa defesa vai além de um processo eleitoral: é uma luta cotidiana e permanente.

Dito isso, a Brigada Marighella delibera que seus membros estão liberados para apoiar e participar de qualquer uma das chapas. Essa posição repete a das últimas eleições, portanto a atuação ou apoio dos membros em qualquer pleito não está e nunca esteve vinculada à  existência da Brigada Marighella.

Essa separação entre “diretoria” e “torcida organizada”, tendo a segunda o papel de cobrar e fiscalizar quem quer que esteja ocupando a primeira, é fundamental para que algumas promessas não sejam esquecidas pelos eleitos ao chegarem ao poder.

Saudações rubro-negras e revolucionárias,

Brigada Marighella

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Um chamado contra a privatização da Fonte Nova


A Fonte Nova é a história do futebol baiano. Mais do que isso: a Fonte Nova é a história do esporte na Bahia. Naquele pedaço de chão, naquele m2 de terra, o esporte baiano se consolidou e apareceu para o mundo em diversas modalidades.

A Fonte Nova também é o grande palco da maior rivalidade do Nordeste. Foi ali que Vitória e Bahia entenderam o significado exato da palavra “rivais” e ambos construíram momentos significativas das suas respectivas histórias.

Quando o vice-presidente do Bahia diz que a "o Bahia é a Bahia" ele despreza que a maior parte dos baianos não torce para o seu clube, mas todos pagam pela manutenção daquele equipamento. Isso faz da Fonte Nova propriedade de todos os baianos, sejam eles rubro-negros, tricolores ou sequer gostem de futebol.

Apesar disso, o Governo do Estado, desde a gestão de Jaques Wagner, privilegia claramente o Esporte Clube Bahia, desprezando princípios do Direito Público como o da impessoalidade (que diz que o Estado não deve ser um ente privado, ou agir para privilegiar algo ou alguém em detrimento da coletividade) ou o da eficiência (que se refere a forma mais eficiente de usar o dinheiro público). Jaques Wagner reformou às pressas o Estádio Metropolitano de Pituaçu para atender o Bahia, mesmo sabendo que havia um projeto bilionário para a reconstrução da velha Fonte. Milhões foram gastos e hoje Pituaçu é um elefante branco, abandonado e deteriorado.

Desde que os entes públicos intervieram politicamente no Bahia, as relações entre Governo do Estado, Prefeitura Municipal e o próprio clube estão cada vez mais estreitas e pouco éticas. Entre justificativas irrazoáveis e tergiversações, tanto o Bahia quanto o Governo do Estado fogem do centro do debate, alegando que a Arena precisa do Bahia para funcionar. Mentira descabida! O governo do estado paga quase 170 milhões por ano para o consórcio que construiu e mantem o equipamento.

O que ocorre na prática é que desde a eleição de Bellintani, notável político com bom trânsito entre o Governo do Estado e a Prefeitura, entre o PT e o DEM – pois surgiu enquanto figura pública quando era secretário municipal de ACM Neto e hoje é um dos possíveis candidatos a prefeito de Salvador abençoado por Rui Costa – as benesses em favor do Bahia se acumulam.

O contrato da Arena Fonte Nova firmado entre o consórcio OAS/Odebrecht e o Governo do Estado prevê claramente que o equipamento não pode ser descaracterizado em função de entidade A ou B, o que incluía a proibição de alterar a identidade visual do estádio. Mesmo diante dessas restrições, hoje aos olhos de qualquer desavisado aquele é um estádio privado que, por fim, acaba de ganhar uma loja e ganhará em breve um museu, todos destinados a um único clube de futebol.

Nós da Brigada Marighella, do Vitória Popular e muitos outros torcedores do Vitória espalhados pelo estado nos levantamos contra a tentativa de fusão entre o aparelho de Estado (seus equipamentos e seus espaços de poder) e o Esporte Clube Bahia, transformando autoritariamente o segundo em representante de toda uma coletividade e apagando assim a tantas outras histórias.

Reginaldo Hollyfield, Acelino Popó, Rodrigo Minotauro, Miraildes Formiga, Ricardo Alex Santos, Isaquias Queiroz, Robson Conceição, Mônica Veloso, A.A. da Bahia, EC Ypiranga, Galícia Esporte Clube, Associação Desportiva Leonico, além dos clubes do interior do estado e tantas outras entidades e personalidades esportivas, incluindo a diretoria do Esporte Clube Vitória, devem se juntar a nós nessa luta em defesa do maior patrimônio esportivo baiano.

NÃO À PRIVATIZAÇÃO DA FONTE NOVA!

Brigada Marighella e Vitória Popular

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Nota contra o possível patrocínio da Havan


A Havan ganhou destaque nesse último ano pelo fervor e atitudes imorais com que seu sócio majoritário, Luciano Hang, atuou nas campanhas eleitorais. Vale destacar que pesam sobre ele a coação de funcionários e financiamento ilegal de campanha. Porém a Havan tem um histórico com práticas ilegais. Em 2008 Luciano Hang foi condenado a 13 anos, nove meses e 12 dias de reclusão e pagamento de uma multa de R$ 1,245 milhão por crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro.

A crítica a esse suposto patrocínio transcende a questão partidária. A estratégia de oportunistas como o Luciano é entrar no futebol. Coube então ao governo federal tirar subitamente o patrocínio da Caixa, e deixar os clubes reféns de qualquer miséria. Mais ainda no Nordeste, onde precisam diminuir sua rejeição. O alvo da vez é o Vitória, dono de uma das maiores torcidas da região que rejeita o bolsonarismo, mas hoje desiludida e humilhada ao ponto de muitos comemorarem uma merreca de patrocínio vindo da Havan.

A torcida do Vitória hoje se encontra desesperada, em busca de algo ou alguém que ajude a minimizar problemas oriundos de gestões irresponsáveis e desonestas com suas obrigações perante o clube. Recentemente adotamos em nosso clube princípios como a democracia, com isso não devemos estar associados a uma empresa que não agrega valor a marca do ECV, muito pelo contrário, e não pactua dos mesmos princípios do clube. Associar o Vitória a Havan pode trazer prejuízos irreparáveis à imagem da nossa instituição e não ajudará a resolver o problema financeiro do clube.

O Esporte Clube Vitória é maior que esse patrocínio! Havan no Vitória, NÃO!!

Brigada Marighella