sábado, 5 de junho de 2021

Respeite o futebol feminino!

A CBF anunciou na última semana um auxílio financeiro para diversos clubes, dentre eles o Vitória, que foi contemplado com o valor de R$ 50 mil por ser participante da Série A2 do Brasileirão Feminino.

No último ano travamos uma luta imensa contra a atual diretoria que descaradamente não designou o valor destinado do último auxílio para o futebol feminino do clube.

O resultado desastroso disso foi a dificuldade financeira enfrentada pelas atletas rubro-negras durante a pandemia e em seguida o rebaixamento do clube no Brasileirão.

Neste momento, o Vitória encontra-se na lanterna de seu grupo na Série A2, com remotas possibilidades de passar de fase e pleitear um acesso. Por isso se faz ainda mais necessário novas cobranças da torcida para que a atual diretoria cumpra seu papel e utilize a verba destinado ao futebol feminino com o futebol feminino.

Um Vitória grande, dentro e fora de campo, passa necessariamente pela valorização do futebol feminino. #EuApoioAsLeoas #ForaPC

 


segunda-feira, 24 de maio de 2021

E VAMOS ÀS RUAS!

Desde de o início da pandemia, a Brigada Marighella defendeu radicalmente as medidas de isolamento social. Isso não nos impediu de continuar existindo e de tentar buscar novas formas de mobilização e de solidariedade.

Entretanto, entendemos que chegou a hora de rever a decisão. Não porque o atual nível diário de mortes seja aceitável ou tenha sido normalizado. É exatamente o oposto: não podemos continuar aceitando nenhuma morte a mais.

Exigir vacina no braço e comida no prato, neste momento de crise humanitária e sanitária pela qual passa o país, deságua no FORA BOLSONARO! Voltaremos às ruas no dia 29/05 (sábado), juntos com muitas outras organizações, para tirar o fascismo do poder e colocar o Brasil no rumo da ciência e da solidariedade.

Lembramos que a pandemia continua. Por isso, quem for ao ato, use máscaras de qualidade (de preferência PFF2/N95) e mantenha distância dos demais manifestantes. Dessa forma correremos um risco muito baixo de colaborar com a pandemia. É importante ir às ruas de forma disciplinada e cuidadosa!

Quem não se sente seguro de participar da manifestação, mas quer de alguma forma colaborar com a gente, entre em contato. Estamos pensando em várias outras ações e precisaremos do seu apoio.

#ForaBolsonaro #ForaPC

Brigada Marighella
Maio de 2021

domingo, 25 de abril de 2021

PAULO CARNEIRO VIVE DE CRIAR CRISES

 

No momento em que a torcida abraça a recuperação do Vitória, apoiando os jogadores da base, o incompetente e alucinado presidente do clube solta mais um áudio acusando os outros pelos fracassos dele. Ele sabe que é mentira o que diz, mesmo assim continua repetindo de forma criminosa a mesma ladainha. 

Os membros da Brigada Marighella nunca estiveram na gestão do clube, sequer formaram um dia maioria no Conselho Deliberativo. E aqueles que fazem parte da Frente Vitória Popular formam minoria dentro de uma minoria, com nenhum poder para aprovar ou recusar qualquer coisa dentro do clube, a exemplo do orçamento. 

Para piorar, alguns deles estão impedidos de participar das reuniões do Conselho Deliberativo, pois se recusam a pagar a absurda taxa do conselho. Uma manobra realizada por Fábio Mota para acabar com o pingo de democracia que resta no Vitória e abrir assim as portas para o retorno da elitização e, no futuro, a transformação do Vitória em empresa mais uma vez. 

Iremos continuar denunciando os golpes, absurdos, ameaças e mentiras de Paulo Carneiro, Fábio Mota e dos demais incompetentes que insistem em não cair fora do Vitória. Eles não nos calarão! A nossa luta por um Vitória democrático, plural, transparente, popular e profissional continuará.

quinta-feira, 4 de março de 2021

FEMINICÍDIO, ANTIPUNITIVISMO E FUTEBOL

A teoria é uma coisa, a prática é outra, e muitas vezes duas lutas se chocam. Encontrar uma boa solução que não nos obrigue a abandonar uma ou outra nem sempre é fácil. É o caso da luta contra o feminicídio e a luta antipunitivista, ambas fundamentais para as organizações antifascistas.

No Brasil, país onde milhares de mulheres são agredidas e assassinadas a cada ano pelos seus companheiros (que, muitas vezes, ainda saem impunes), a luta contra o feminicídio é uma pauta cara ao movimento feminista. Fazer esses números baixarem, ou até mesmo zerarem, passa fundamentalmente por combater a estrutura machista da nossa sociedade, criando novas instituições e uma nova forma de sociabilidade. E o futebol tem um papel central nisso.

Por outro lado, ninguém deve pagar com a própria vida ou de forma perpétua pelo crime cometido, por isso é preciso ressocializar os indivíduos após a pena cumprida, independentemente do quão chocante tenha sido o seu ato, como é uma agressão covarde à própria companheira ou mesmo um feminicídio. E aqui, para não estender muito, não incluímos as críticas ao sistema carcerário e ao judiciário, que, no Brasil, são especialmente classistas e racistas, punindo sempre e de forma desproporcional os negros e os pobres.

Dito isto, como deve se posicionar uma torcida antifascista diante de uma suposta contratação de um atleta que esfaqueou a própria companheira, que já foi julgado e declarado culpado pela justiça?

Nesses casos, quando não há uma resposta fácil e pronta, o contexto importa. O nosso contexto atual é de um clube que, infelizmente, não está preocupado em combater o feminicídio, muito menos em construir uma sociedade menos punitivista. Isso pode ser notado pelo que foi feito com o futebol feminino e pelo alinhamento ideológico do presidente do clube com o presidente do país, ambos sempre contrários às lutas antiopressões, por direitos e em defesa da vida.

Considerando o contexto apresentado, a argumentação de que a contratação do jogador Wesley Pionteck seria uma forma de ressocializar o atleta é uma falácia que se soma às atitudes hostis contra as mulheres, sejam elas torcedoras ou atletas do EC Vitória. A contratação, em vez de sinalizar para um caminho antipunitivista, reforça o discurso machista e reacionário sustentado pelo presidente do clube e por parte da torcida.

Entre outras razões, é por causa desse discurso que a imagem do EC Vitória está sendo destruída há alguns anos, processo esse que se acelerou com a posse do atual presidente. Hoje, o EC Vitória é um clube-pária, sumiu dos noticiários esportivos e vem sendo tratado da pior forma possível pela imprensa local e nacional. O atual presidente não entende que a nossa imagem e a nossa história são também patrimônios, assim como o Barradão e a nossa torcida, e deprecia todos eles de forma incessante. Cuidar da nossa imagem, que anda tão maltratada, é fundamental neste momento e, infelizmente, a contratação do jogador Wesley Pionteck, sem nenhum preparo institucional para de fato ressocializar o atleta, só piorará a situação, afastando torcedores e sócios, especialmente as mulheres, além de patrocinadores.

Portanto, a suposta contratação, com a gestão do clube ideologicamente atrelada às concepções mais retrógradas da nossa sociedade, é uma afronta às mulheres, especialmente às nossas torcedoras, e sinaliza que as vidas delas não têm importância ou valem menos do que a contratação de um jogador. Neste momento, somos contrários à contratação do jogador e esperamos que o nosso clube um dia combata de fato o machismo e o punitivismo que tanto caracterizam o nosso país. Para isso, o ideal é que sejam realizadas ações de conscientização para combater a violência contra a mulher urgentemente. Em paralelo a essas ações, pode ser criado um programa sério de ressocialização e reinserção social de pessoas condenadas para que elas encontrem, após terem cumprido suas penas, portas abertas que não sejam as do crime. 

Brigada Marighella
Março de 2021

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA!

 

 Uma criança grávida aos 10 anos, decorrente de contínuos estupros pelo seu tio desde os seis, precisou acessar o serviço de saúde pra realizar o processo de abortamento - direito garantido pelo código penal brasileiro. Em seu estado, Espírito Santo, ela teve seu direito negado e apenas através de medida judicial conseguiu a garantia ao procedimento legal e seguro em Pernambuco.

 Apesar do processo correr em segredo de justiça pelo objetivo de proteger a vida da criança, deputados estaduais e vereadores conservadores e fundamentalistas fizeram uma convocação nas redes sociais e estiveram lá pessoalmente com outros fundamentalistas religiosos e para tentar barrar o procedimento médico.

 A menina ao chegar ao hospital foi recebida com gritos de "assassina" e orações. Além disso, os fanáticos tentaram impedir os médicos de entrar no hospital para realizar o procedimento médico, causando um grande tumulto local. Um fenômeno bizarro e preocupante, principalmente quando os dados do 13° Anuário de Segurança Pública registraram recordes de violência sexual. Foram mais de 66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018, maior índice desde que o estudo começou a ser feito em 2007, sendo A MAIORIA DAS VÍTIMAS (53,8%) MENINAS DE ATÉ 13 ANOS.

 Diante de tamanho absurdo, nós das Torcidas Antifascistas Unidas (TAU) Nordeste nos solidarizamos com a criança e com sua família, saudamos a Frente Pela Legalização do Aborto de Pernambuco, saudamos os principais movimentos que responderam a essa afronta e se fizeram presentes para garantir que o direito dessa criança fosse realizado. Além de todo o sofrimento vivido pela menina desde os seis anos até hoje, tanto física quanto psicologicamente, os ditos "seguidores da palavra de Deus" reservaram a essa criança de 10 anos a acusação de assassina. 

 Tudo isso revela as marcas que o patriarcado deixa sobre os corpos femininos. Por isso, a luta feminista se faz tão importante em todas as áreas da nossa sociedade, incluindo a arquibancada. Fica o aviso: NÃO RECUAREMOS DIANTE DO RETROCESSO QUE OS CONSERVADORES QUEREM NOS IMPOR, NÃO PERMITIREMOS OS SEUS ATAQUES. FASCISTAS, MASCHISTAS NÃO PASSARÃO!

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

ATENÇÃO! ESTÁ NO AR MAIS UM EPISÓDIO DA RÁDIO LIBERTADORA!



 No país em que "a paz é contra a lei e a lei é contra a paz", falar sobre drogas continua sendo tabu. Mas não para nós! Nesse episódio batemos um papo com o historiador e militante antiproibicionista Dudu Ribeiro e com o psicólogo João Sebadelhe, mestre em álcool e drogas pela UFRGS.

 Eles dichavaram e vários conceitos e preconceitos relacionados ao consumo e ao comércio de drogas no mundo e também falaram sobre a importância do cuidado com a saúde mental do usuário. Vem fazer a cabeça com a gente!

 Acesse o podcast clicando aqui.

terça-feira, 28 de julho de 2020

ESSE NÃO É NOSSO VITÓRIA!


O Vitória presidido por Paulo Carneiro expressa a falência de um modo ultrapassado de enxergar o futebol, marcado por práticas que se mostram fracassadas desde o início do século. O resultado desse revival é um time fraco em campo, uma gestão sem projeto e um clube sem identificação com a torcida. Em suma, a atual gestão conseguiu o inimaginável: piorar o que já era ruim.

Para ilustrar, o aproveitamento do Vitória na Copa do Nordeste de 2020 foi de meros 51,85%, enquanto no Campeonato Baiano do mesmo ano foi de 48,1%. Desde que a atual gestão tomou posse, estamos com o quinto técnico a comandar o time (desconsiderando o técnico do time de transição) e foram contratados mais de 40 jogadores. Esses números são muitos próximos dos alcançados pela gestão passada e muito inferiores aos que nos acostumamos a ver e que, por si só, explicam a situação penosa em que nos encontramos.

Essa é a terceira temporada consecutiva em que o Vitória ficará sem levantar a taça do Estadual, fato que não se repete desde os anos 1980. É também o segundo ano seguido que sequer conseguimos nos classificar para a fase decisiva, sendo deixados para trás por equipes do interior do Estado com muito menos recursos e estrutura. E, desde que a Copa do Nordeste voltou para ficar, nós migramos da situação de superfavoritos para a de meros coadjuvantes. Na segunda divisão, lutamos contra o rebaixamento. Esse não é nosso Vitória!

Porém, o afastamento cada dia maior da torcida não se deve apenas aos resultados em campo. Os constantes ataques aos torcedores, as ameaças à democracia duramente conquistada, a falta de transparência nas decisões tomadas e nos contratos firmados, a misoginia em relação ao futebol feminino e às torcedoras, o desprezo às manifestações populares (a exemplo da guerra contra as torcidas organizadas e a festa nos arredores do Barradão) e o personalismo/amadorismo na comunicação do clube tornam as derrotas em campo e as constantes eliminações ainda mais sofridas.

Paulo Carneiro (e os poucos que ainda o rodeiam) segue sendo um retrocesso em termos administrativos, sociais e esportivos — o que não deveria nos surpreender, pois nos deixou na Terceira Divisão na sua última passagem. Entretanto, estamos entrando na terceira década do século XXI; o mundo é outro e o futebol de hoje é muito maior e mais complexo do que era há 20 anos. Quem não entende e não quer entender isso nunca deveria ter recebido os votos de confiança de boa parte da torcida.

É duro admitir, mas o Vitória hoje transita entre a chacota e o mau exemplo. Já não temos mais ao que nos apegar, pois, sem um bom desempenho nos gramados, sendo maltratados pela própria diretoria e vendo a democracia ser destruída a cada dia, só nos resta tomar nosso clube de volta e em definitivo — por isso, é hora de a torcida se impor e fazer uma verdadeira revolução, tirando do Barradão os aristocratas do século passado para colocar no lugar uma gestão moderna e democrática, que nos deixe em sintonia com o tempo presente e que nos reconcilie com as vitórias em campo.

Brigada Marighella
Julho de 2020