sábado, 30 de março de 2019

GOL CONTRA: DITADURA MILITAR IMPÔS DERROTA AO BRASIL


Os coletivos e torcidas antifascistas vêm a público manifestar total repúdio ao incentivo irresponsável do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que as Forças Armadas comemorem o golpe contra a democracia ocorrido em 31 de Março de 1964, no qual foi deposto o legítimo presidente João Goulart.

Hoje, em tempos de pós-verdade, a direita nacional procura difundir uma ficção em torno do período da Ditadura Militar, entre 1964 e 1985.

Afirmam que “salvaram o Brasil do comunismo”, que “só bandidos foram presos”, que a “corrupção foi extinta” e que “houve grande crescimento econômico”.

Na verdade, trata-se de uma coleção de mentiras e falsidades. O governo Goulart não era comunista e apenas propunha tímidas reformas de interesse popular.

Nestes 21 anos de terror de Estado, operários, camponeses, índios, estudantes, professores, advogados, jornalistas, religiosos, entre outros cidadãos corretos e dignos, foram presos e torturados apenas por divergir do regime autoritário.

No total, segundo farta documentação da Comissão da Verdade, 6.591 militares foram presos, torturados ou mortos durante esse período.

Muitas mulheres sofreram durante a repressão, liderada por delinquentes sádicos como Sérgio Paranhos Fleury e Brilhante Ustra, este último ídolo do fascista Jair Bolsonaro.

A cultura do estupro punitivo vigorou em boa parte dos “anos de chumbo”. Muitas dessas companheiras foram torturadas e depois assassinadas.

Hoje, historiadores e jornalistas mostram que também bebês, crianças e adolescentes sofreram nas mãos cruéis dos repressores.

O regime militar foi, sobretudo, corrupto. Os escândalos eram, no entanto, abafados por meio da censura à imprensa. Desviava-se dinheiro em obras faraônicas, como a rodovia Transamazônica.

Os casos Capemi, Lutfalla, Coroa-Brastel, entre outros, mostram que a corrupção era uma marca do regime.

O chamado “Milagre Econômico” foi fugaz e gerou benefício duradouro a poucos privilegiados. Na Ditadura Militar, marcado pelo êxodo rural, o Brasil assistiu à multiplicação de favelas e ao inchaço daquelas já existentes.

Os golpistas de 1964 geraram concentração de renda, atraso tecnológico e uma inflação galopante, que empobreceu os brasileiros.

O esporte serviu para manipular a opinião pública, fenômeno ufanista que ficou claro durante a Copa de 1970, quando o presidente Médici aproveitou a conquista da Seleção Brasileira para calar opositores e reprimir os movimentos pela democracia.

Naquela época, até mesmo a escalação da Seleção Brasileira sofria com as ingerências do governo fardado.

O esporte, como instrumento educativo e de socialização, sofreu tremendamente com o regime infame instituído em 31 de Março. Muitos atletas foram torturados e assassinados, como Helenira Rezende e Carlos Alberto Soares Freitas, do basquete, e os remadores José Huberto Bronca e Eremias Delizoicov. E também caiu na luta o boxeador Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão.

Foram muitos os perseguidos no futebol, como o técnico e jornalista João Saldanha.

Muitos jogadores também sofreram com a repressão, alguns presos, outros sabotados, como Nando, irmão de Zico; Sócrates, Afonsinho, Reinaldo, Tostão e Wladimir.

Foi também durante a Ditadura Militar que se iniciou o processo de criminalização das torcidas de futebol, consideradas como possíveis células subversivas. Naqueles anos, centenas de torcedores foram presos e muitos sofreram com a tortura em delegacias e centros de interrogatórios.

É preciso, portanto, que os brasileiros acordem e resgatem a verdadeira história da Ditadura Militar e se conscientizem dos perigos representados pelo fascismo, um inimigo do esporte das multidões.

No Brasil, o 31 de Março iniciou um 7 a 1 contra a democracia e a civilidade. Que seja lembrado como o início de um período de ignorância e barbárie.

Que possamos recuperar a verdade, instaurar uma cultura de paz e anular este “gol contra” que o fascista Bolsonaro marcou contra todos os brasileiros.


Assinam este manifesto:

ABC F. C. Antifascistas
AnarcomuAmerica
Avaí Antifascista
Azulão Antifascista
Bafomunistas (Comercial-SP Antifascista)
Bancada Alviceleste
Belo Antifa
Botafogo Antifascista
Brigada Marighella
CAP antifa
Coletivo Democracia Corinthiana
Coletivo Democracia SantaCruzense
Coletivo Elis Vive
Coletivo Popular Alvinegro
Coral Antifa
Coringão Antifa
Coritiba Antifascista
Esquerda Rubro-Negra
Esquerda Vascaína
Flamengo Antifascista
Flamengo da Gente
Fluminense Antifascista
Frente Esquadrão Popular
Frente Inter Antifascista
Gipão Antifascista
Goytacaz Antifascista
Meca Antifa
MFLP - 54
Movimento Esmeraldino Antifascista
Movimento Grêmio Antifascista
Movimento Popular Coral
Movimento Remo Antifascista
Movimento Toda Poderosa Corinthiana
Palmeiras Antifascista
Porcominas
Porcomunas
Portuguesa Antifascista
Resistência Azul Popular
Resistência Tricolor Antifascista
Resistência Tricolor - Fortaleza
Timbu antifa
Torcedores e Torcedoras pela Democracia
Torcida Antifascista Sport
Treze Antifascista
Tribuna 77
Tricolores de Esquerda
Ultras Resistência Coral
Vasco Antifascista
Vozão Antifascista
Xavantes Antifascistas

sexta-feira, 22 de março de 2019

Posição da Brigada Marighella em relação às eleições no EC Vitória



A Brigada Marighella informa que não apoiará nenhuma das chapas que disputarão as próximas eleições no Vitória. Mesmo entendendo que há diferenças profundas entre elas, reservamo-nos a outro papel: o de promover uma cultura de liberdade e tolerância nas arquibancadas do Barradão, combatendo todas as formas de fascismo, além de apoiar as mais diversas lutas sociais.

Com isso, colocamo-nos também enquanto defensores intransigentes da democratização e da popularização do Vitória,  entendendo que essa defesa vai além de um processo eleitoral: é uma luta cotidiana e permanente.

Dito isso, a Brigada Marighella delibera que seus membros estão liberados para apoiar e participar de qualquer uma das chapas. Essa posição repete a das últimas eleições, portanto a atuação ou apoio dos membros em qualquer pleito não está e nunca esteve vinculada à  existência da Brigada Marighella.

Essa separação entre “diretoria” e “torcida organizada”, tendo a segunda o papel de cobrar e fiscalizar quem quer que esteja ocupando a primeira, é fundamental para que algumas promessas não sejam esquecidas pelos eleitos ao chegarem ao poder.

Saudações rubro-negras e revolucionárias,

Brigada Marighella