terça-feira, 14 de julho de 2015

Nota sobre os novos Camarotes do Barradão


O Vitória pretende gastar até R$2 milhões na construção de um novo camarote que fique na altura do gramado. O espaço caberá até 1200 pessoas, e o camarote acima das cadeiras também será ampliado de 60 para 300 lugares. Pra que?

Uma matéria do Correio* trouxe tais informações. Ricardo David, diretor de marketing do clube explicou: “A ideia surgiu da necessidade de prover o Barradão de alguns espaços que nos permitam fazer algumas ações com empresas, patrocinadores e também atingir um público que não frequenta o nosso estádio devido ao alto nível de exigência. Não dá pra aceitar o Barradão do jeito que está. Não dá pra adiar isso”.

Um projeto de alto custo que se resume a uma parcela mínima da população de Salvador? Um investimento de alto custo pra agradar as ideias tortas dos eternos detratores do Barradão, que há um ano diziam que ele devia ser abandonado para dar nosso dinheiro para os donos da Arena Odebrecht? Não podemos concordar com um projeto com esses objetivos.

A ideia dos camarotes só nos faz lembrar da ampliação da área das cadeiras do Barradão, cujo preço era o dobro do praticado no cimento, e foi incapaz, desde a sua criação, de estar cheia – mesmo em jogos de grandes públicos.

A matéria do Correio* - jornal odiado por 8 em cada 10 rubro-negros – ainda caracteriza a nosso santuário como “antigo, sem conforto, incapaz de atrair o público mais exigente”. Em suma: uma vez que a diretoria aprova esse entendimento do Barradão, o nosso foco agora deve ser construir um espaço super-selecionado para atrair cerca de 1500 abastados que não necessariamente são torcedores do Vitória.

Enquanto isso vemos nossos jogos cada vez mais vazios e muitos conhecidos de Barradão de longa data cada vez mais ausentes das partidas do Leão.

Nunca se fez uma pesquisa séria e profunda sobre o perfil do torcedor do Vitória na atualidade. Quem são? De quais bairros vem? O quanto pode desembolsar pelo clube? Qual o valor ideal do SMV e dos ingressos? Quais os seus impedimentos para ir aos jogos? Só se preocupando com esses aspectos poderemos apontar quais as mudanças que realmente terão impacto no público do nosso estádio.

O problema é quando se trata o torcedor como mero consumidor, um mal geral do futebol brasileiro que o Vitória reproduz de forma mecânica. Ao invés de se comprometer a investigar os elementos colocados acima, o clube dispende tempo e recursos pra criar vantagens de consumo para atrair público.

Claro que inovações “espetaculares” podem eventualmente atrair um público menos fiel, mas o que falta reconhecer é que o público que está ausente do Barradão hoje é o torcedor que acompanha o clube em qualquer situação, inclusive o fundo do poço que foi a Série C de 2006.

Por um lado a diretoria nega o seu papel em afastar o torcedor dos estádios (com os péssimos resultados, autoritarismo e falta de legitimidade da atual gestão ), por outro tenta apontar que o fato do público do Barradão estar abaixo da nossa média histórica é culpa do próprio torcedor.

Não há clube brasileiro com média histórica acima de 20 mil. Só a imprensa tricolorida da Bahia que tenta impulsionar essa pecha de que a torcida do Vitória é fraca. Todos os casos recentes de ótimos públicos no futebol brasileiro já foram provados como “oba-oba” momentâneos de novos estádios ou bons elencos.

A maioria dos “modelos ideais” dos anos anteriores já voltou ao patamar de média de 14mil a 18mil pagantes. Veja o rival, como nunca conseguiu colocar um público que passasse de 80% da capacidade da Arena Odebrecht.

O Vitória se encontra hoje no rol dos poucos clubes que tem total autonomia para mexer no seu próprio estádio. O Barradão é nosso e não precisamos dividir renda nem decisões com ninguém. Mas para que isso se mostre uma vantagem, o clube precisa ir além das “formulas mágicas” dos marqueteiros da bola.

Precisamos pensar o nosso torcedor como parte integrante do clube e não um mero contratante de “serviços da alegria”. Em especial, aquele torcedor jovem de baixa renda que faz de tudo para ver o clube, mas não pode bancar o custo de entrar no estádio.

Por um Vitória e um Barradão popular!

Brigada Marighella – Esporte Clube Vitória

P.S: achamos louvável a proposta do setor rubro-negro-10 e esperamos que seja aplicado de forma extensiva, prezando para que esse público não seja distinguido do resto dos torcedores.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Quem foi Carlos Marighella




 Carlos Marighella nasceu em Salvador em 1911, filho de um italiano (Augusto Marighella) e de uma negra hauçá (Maria Rita). Chegou a cursar engenharia em sua cidade natal, mas abandonou o curso em prol da luta comunista. Na década de 40 chegou a ser preso e torturado na prisão de Ilha Grande durante a ditadura do Estado Novo da Era Vargas, período no qual criticou duramente o interventor da Bahia, Juracy Magalhães.

 Nos anos 40 viraria deputado pelo Partido Comunista Brasileiro e ganhou notoriedade a partir da década de 60 quando criou a ALN (Aliança Libertadora Nacional), guerrilha de cunho socialista que tinha como objetivo redemocratizar o país. Foi nesse período que Marighella se tornou o inimigo número um da ditadura militar, vindo a falecer no ano de 1969 após ser covardemente fuzilado pelos militares. 

 Marighella chegou a ser jornalista, poeta e professor de matemática, além de ter escrito livros como Por que resisti a prisão, o Minimanual do Guerrilheiro Urbano e  obra poética Os Lírios já não crescem em nossos campos.  No cenário futebolístico teve o Vitória como seu time do coração, chegando a simpatizar mais tarde com clubes como o Corinthians e o Flamengo.

Quem somos




 Criada em dezembro de 2013, a Brigada Marighella é um grupo de torcedores do Esporte Clube Vitória da esquerda anticapitalista, antifascista, anticarlista, antiproibicionista e anti-opressão. O nome é em homenagem ao ilustre guerrilheiro comunista e rubro-negro, Carlos Marighella. É a Guerrilha de Canabrava contra a ditadura no Vitória. Somos o lado esquerdo do Barradão, independente do ponto de vista.

Queremos ser apenas uns entres os milhares de rubro-negros que ainda resistem! (adaptação da frase de Marighella: "Quero ser apenas um entre os milhões de brasileiros que ainda resistem").